Neoliberalismo e pastoral
Pe Paolo Cugini
Introdução[1]
O problema do relacionamento entre Neoliberalismo e pastoral, que é o tema desta mesa redonda, põe em xeque o problema do relacionamento entre fé e vida, liturgia e ação pastoral da Igreja. Pela sua essência o cristianismo deveria ser como o fermento na massa que transforma toda a realidade. Em outras palavras, a vida iluminada pelo Evangelho e inspirada pelo Espírito Santo deveria ser algo de diferente daquilo que o mundo oferece. A sociedade neoliberal de uma certa forma questiona por dentro o sentido da presença do cristianismo na historia, a sua mesma verdade de ser uma força criativa de transformação do mundo. A proposta do Neoliberalismo é antitética á proposta do Evangelho e, por isso mesmo, provoca a toda hora a comunidade cristã para que apresente algo de diferente, alternativo. O problema nessa altura é esse; porque, apesar de tanto tempo e, sobretudo, apesar de uma riqueza espiritual tão grande, o cristianismo não consegue esboçar um projeto econômico alternativo ao Neoliberalismo? Depois de indicarmos algumas informações gerais sobre o Neoliberalismo, tentaremos abordar o especifico do cristianismo apontando forma implícitas e explicitas de critica ao modelo Neoliberal para no final apontarmos algumas linhas de perspectiva.
Algumas indicações sobre o Neoliberalismo
Do ponto de vista geral, assim como foi formulado na década de ‘Quarenta pelo economista americano Fergusson, o Neoliberalismo se apresenta como um modelo econômico contrario a intervenção do Estado sobre a economia e é contraria as políticas do Bem-estar-social. É contraria, também, aos sindicatos, ao salário mínimo, em fim a toda forma de distribuição da renda. O capital, no esquema do Neoliberalismo, deve ser investido para que posa produzir frutos. É o culto do dinheiro por si mesmo, que não olha na cara de ninguém. Num sistema neoliberal, quem é favorecido são as pessoas que têm dinheiro: os pobres que se