Neoestruturalismo
Prebisch e Furtado defendiam que os países da periferia podem crescer por meio das exportações ou por meio da industrialização e cambio estrutural. Assim, eles concluíram que apesar da importância do setor externo, a principal forma de crescer é para dentro, ou seja, pelo mercado interno, que é o centro dinâmico da economia. E, isso não significa adotar práticas protecionistas, eles refutam esta ideia.
A ideia de crescimento para dentro se associa ao uso da demanda como instrumento para impulsionar o crescimento econômico. Aliás, essa ideia já foi usada no Brasil em 1930 para combater os efeitos da Grande Depressão.
De certa maneira, essa abordagem é coerente com a abordagem básica da economia heterodoxa: o “princípio da demanda efetiva”. Segundo este princípio, a trajetória das economias são determinadas no curto e longo prazo pela demanda no sentido de que a produção de bens e serviços se ajustem a demanda, e as restrições do lado da demanda prevalecem sobre as restrições do lado da oferta.
Esse princípio tem uma implicação para os autores mais recentes do estruturalismo que partem do fato de que o longo prazo não pode ser especificado com a independência do curto prazo. Pereira afirma que o componente cíclico da atividade econômica tradicionalmente associada às variações da demanda agregada no curto prazo afeta a tendência de crescimento das economias capitalistas no longo prazo.
Por outro lado, Titelman e Pérez Caldentey afirmam que a dinâmica e as características particulares do ciclo da AL e Caribe são relevantes no curto e longo prazo. Ou seja, expansões mais curtas e menos intensas implicam em um período de acumulação curta e menos intensa também. A fraca expansão se deve a variáveis estruturais, como produtividade e investimento,