neocolonial
A idéia, propugnada em artigos e conferências pelo arquiteto português Ricardo Severo a partir de 1914, principalmente em São Paulo, foi encampada por vários intelectuais e encontrou seu maior defensor na figura do intelectual José Marianno Filho, cuja atuação permaneceria fortemente identificada com o movimento durante as décadas de 1920 e 1930.
A produção construída do neocolonial ganhou visibilidade a partir da Exposição Comemorativa do Centenário da Independência, realizada em 1922 no Rio de Janeiro. Vários pavilhões foram erguidos de acordo com os cânones do estilo, que logo seria adaptado a igrejas, escolas e residências e conquistaria posições por meio de concursos públicos de projetos que buscavam, sob a inspiração de José Marianno, recuperar elementos presentes nas antigas casas senhoriais do Nordeste e nas igrejas barrocas de Minas. Esses concursos reuniram os mais destacados dentre os arquitetos da época, como Ângelo Bruhns, Nereu Sampaio, José Cortez, Edgard Vianna e Arquimedes Memória.
O sopro de renovação que, por força das convicções conservadoras de seu patrono, esgrimidas freqüentemente na imprensa, assumiu cores preponderantemente aristocráticas e até racistas, coincide cronologicamente com outros movimentos similares em países das Américas, onde, da Califórnia ao Chile, passando pelo México e pelo Peru, surgiram manifestações que se referenciavam na tradição construtiva hispânica e nos adornos pré-colombianos para se contrapor ao ecletismo de matriz européia