nematódeos em cana de açúcar
As plantações de cana-de-açúcar de todo o território nacional estão expostas ao ataque dos nematoides, um parasita microscópico que impacta de forma negativa a produtividade por dificultar a absorção dos nutrientes pelas raízes e destruí-las. Segundo Leila Luci Dinardo-Miranda, Pesquisadora Científica do Instituto Agronômico do Centro de Cana-de-Açúcar, cerca de 50% das áreas plantadas com cana-de-açúcar apresentam esses parasitos, seja em solo arenoso ou argiloso. Há quatro espécies de nematoides mais comuns nos canaviais brasileiros, Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita, Pratylenchus zeae e Pratylenchus brachyurus. Segundo a Especialista, uma forma efetiva de identificar a presença de qualquer uma delas é com a realização de amostragem, técnica em que são coletadas amostras de raízes e do solo em vários pontos do canavial para serem analisadas em laboratório, onde as raízes e o solo são processados e os nematoides presentes, identificados e contados em uma lâmina especial e um microscópio.
“Para garantir o sucesso do estudo, é necessário coletar duas subamostras por hectares em período chuvoso, época em que aumenta a população da praga. Esse levantamento deve ser feito pelo menos antes do último corte da cultura na área, para que as providências necessárias sejam tomadas durante o plantio seguinte”, explica.
De acordo com a profissional, o tratamento mais utilizado nesse caso é com o nematicida químico, o qual deve ser aplicado no momento do plantio diretamente nos sulcos sobre os toletes, e, nas soqueiras, ao lado ou sobre a linha da cana. Os nematicidas assim empregados reduzem as populações dos nematoides, pelo menos nos primeiros meses após o plantio.
A aplicação do produto mostra-se eficiente e aumenta a produção em até 50 toneladas por hectare. “É necessário um acompanhamento contínuo para verificar a necessidade de repetir o controle”, completa.