Até os anos 50, a ética empresarial, como conceito, ainda não havia se fundado nos estudos acadêmicos e na linguagem comum da sociedade. Os aspectos morais das atividades econômicas, quando abordados, giravam em torno de questões trabalhistas. Apenas no final dos anos 60, as relações entre economia e sociedade se ampliaram, e assim também se deu com a preocupação com o direito dos empregados. Surgiram as questões em torno do direito das minorias, das mulheres, da proteção ambiental, da saúde e da segurança. Não se pode deixar de dizer que o crescimento de novas tecnologias, dos sistemas de comunicação mundial e da globalização econômica e cultural também fez com que o interesse pelas questões éticas no campo econômico aumentasse. Jaqueline Russ (apud José Trasferetti, 2006) destaca que a preocupação com a ética nos negócios iniciou também no fim dos anos 60, devido a uma série de problemas morais nas empresas, especialmente nos Estados Unidos, havendo uma necessidade de uma reflexão ética sobre o comportamento de empresários e empregados. Ainda questiona se é possível existir a ética dos negócios, onde tudo permitido, estando a organização somente preocupada com sua sobrevivência. A mesma autora destaca que, a partir da década de 60, toda profissão que se destaca na sociedade se preocupa na aplicação da ética em suas funções. E seu estudo vem tomando cada vez mais lugar em nossa sociedade. Isso a faz refletir que a ética nunca foi tão importante para a vida social. E afirma que a moral de um povo é marcada pela sua cultura. Segundo Louis Von Planta, também descrito por Trasferetti (2006), atualmente, existe uma tendência a uma quebra de barreiras e a criação de sociedades multiculturais, através da globalização. E assim, as diversas culturas e os diferentes valores entram em choque, em particular, no terreno da ética empresarial. O autor (2006) ainda afirma que existe uma grande dificuldade em aplicar os princípios éticos no cotidiano empresarial. O