Negro

A comunicação, mais do que uma questão de meios, se tornou uma questão de Mediação 1 , de cultura e não só de conhecimento, mas de reconhecimento de uma operação de deslocamento metodológico no próprio cerne do processo de comunicação que possibilita ver o outro lado do processo, isto é, o da recepção, o das resistências e da apropriação a partir de seus usos. A comunicação mediada se caracteriza pela sua inserção em contextos sociais, culturais, políticos e econômicos organizados de diversos modos, os quais, por sua vez, influenciam a própria comunicação que se apresenta como um fenômeno socialcontextualizado (MRTIN – BARBERO, 1997).

1. Discussão teórica dos conceitos-chave: identidade, representação e mídia na atualidade

Diante das indagações levantadas no processo de investigação sobre a questão da identidade étnica na atualidade, destacamos alguns autores considerados, neste trabalho, como iluminadores para o estabelecimento deste diálogo que, de forma alguma, pretende-se exaustivo, muito menos definitivo.
O debate sobre a questão da identidade étnica tem suscitado cada vez mais um lugar de destaque não apenas nas Ciências Sociais e Humanas, como também nas agendas midiáticas. A própria recorrência deste tema nas mídias sugere a necessidade de um reconhecimento mais amplo entre os estudiosos das Ciências Sociais sobre a importância de investimentos em pesquisas concretas que visem a inter-relação entre mídia e identidade étnica.

Assim, no desenvolvimento dessa discussão sobre a construção identitária na revista Raça Brasil optamos, como ponto de partida, por uma breve discussão sobre a identidade étnica a partir da interlocução com alguns autores do campo das Ciências Sociais.
Na proposição sobre o fenômeno da identidade étnica, consideremos pertinente recorrer a alguns autores que apresentam contribuições pontuais acerca desse conceito. Na definição desta proposta, as contribuições de Max Weber (1994), Fredrik Barth (1998) e Stuart Hall