Negociação estratégia de sobrevivencia
A negociação tem me chamado muito a atenção, principalmente nos últimos cinco anos, servidor público vejo que todo o processo de aquisição da Administração Pública tem obrigatoriamente que passar por um processo de negociação, denominado licitação. Todo e qualquer serviço ou aquisição de materiais tem que ser negociado em no mínimo três fornecedores diferentes, vencendo sempre aquele que oferecer o produto ou serviço com o menor preço. Vejo que nem sempre o produto com menor preço tem uma qualidade confiável ou no mínimo relevante em consideração àquele com maior preço, daí a aquisição de produtos de péssima qualidade pela Administração Pública. Antigamente as técnicas de negociação eram diferenciadas, lembro-me de meus pais me contarem que os produtores da região faziam revezamento de plantio (arroz, feijão, trigo, milho, soja, café, etc.), em que cada um plantava produtos diferentes a cada ano e que os mesmo eram negociados (trocados) entre os produtores para que mantivesse o sustento das famílias dos fazendeiros, note-se que não havia a necessidade de se ter dinheiro; eram negociados produtos por produtos: arroz por feijão, feijão por trigo, trigo por milho, assim por diante.
Uma grande negociação fez parte de nossa história e cultura, a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808, que estava fugindo das tropas francesas que invadiram Portugal; “Em janeiro de 1808, Portugal estava preste a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses”;
vemos aqui nesta ajuda dos aliados uma clássica negociação, pois com a escolta feita aos portugueses, os ingleses tiveram os portos brasileiros abertos