Nação, identidade nacional e TV brasileira.
Nação, identidade nacional e TV brasileira.
Lais Vitória Ferrante
São Paulo
2014
Discutir identidade nacional implica levar em consideração um conceito que lhe é fundamental: o conceito de nação. Identidade nacional e nação estão intimamente imbricadas na sua constituição, numa relação de dependência e explanação mútuas.
Há inúmeros caminhos que podem levar a compreensão desses conceitos e de suas relações. Um dos mais interessantes é aquele que percorre a trilha que une nação e identidade nacional ao conceito de cultura e aos processos de construção de discursos, desaguando na produção cinematográfica e audiovisual enquanto organizadora de discursos de identidade nacional, histórica e culturalmente determinados. (GONÇALVES, 2009, p. 17)
Nação é, antes de mais nada, construída, voluntariamente, por um agregado de indivíduos, autodenominados nacionalistas. “É, então, um conceito moderno, ‘produto de processos modernos, como a burocracia, a secularização, a revolução e o capitalismo’, não encontrando raízes nem na natureza nem na tradição histórica da humanidade.” (GONÇALVES 2009, p. 18). É o artifício fundamental tanto para o modo como um Estado se conecta à seus membros, quanto para o modo como os Estados nacionais se relacionam entre si.
As mudanças ocorridas a partir do século XV promoveram novas posturas e atitudes sociais. A gradativa substituição do latim pelas línguas vernáculas abriram caminho ao processo de construção e consolidação do conceito de nação. “O idioma, no contexto do Estado-nação, será o elemento de identificação que acabará por justificar a conquista expansionista desse Estado.” (GONÇALVEZ, 2009, p. 25). Assim, a diversidade linguística passou a “ter uso e importância nas esferas jurídica, política, econômica e educacional das sociedades” (GONÇALVES, 2009, p. 19). Contexto excelente para o empreendimento capitalista.
Luis Villoro identifica claramente o interesse do capitalismo