NATUREZA VERSUS LIBERDADE
Ramille Freire Silva
Ética, Cidadania e Jornalismo
O lobo mal que há no lenhador
O filme O Lenhador, de Nicolle Kassell, trás um tema polêmico onde o personagem principal Walter (Kevin Bacon) vive em conflito entre o que ele é e o que ele deveria ser. O longa-metragem começa quando Walter ganha liberdade após cumprir 12 anos de prisão por abuso a garotas pré-púrberes e é reinserido na sociedade. Ao decorrer do filme nota-se o quão conflituosa é a mente de Walter, que tenta viver a vida como qualquer outra pessoa lutando contra seus desejos por garotas muito jovens. Em cenas como a sessão de terapia é possível ver claramente que o personagem principal sabe que o que fez é errado, mas que seu desejo é muito forte e que não pôde ser ignorado. No texto O gene libertador, Matt Ridley explica que o ser humano tem sua natureza, mas que ela não rege a sua vida. Todos possuímos genes dos mais diversos possíveis, mas eles não vão decidir exclusivamente as decisões que tomamos. No caso de Walter, ele tinha possuía o instinto de desejar garotas muito jovens, mas ele poderia lutar contra esse instinto e viver uma vida normal segundo a moralidade universal. Para Ridley, saber da existência do instinto permitirá que esse instinto seja dominado. Mas ao não dominar esse desejo Walter passa a sofrer com as consequências dos seus atos e é cruelmente julgado pela sociedade. Sempre quieto e calado, o personagem se exclui dos seus colegas de trabalho, isso gera uma curiosidade em uma ajudante de escritório, que passa a procurar o por quê de Walter ter sido preso. Quando descobre e conta para os outros da madeireira, há um conflito e Walter passa a ser ainda mais julgado. Uma das teclas de moralização, afirma Steven Pinker, é que as pessoas sentem que quem comete atos imorais merece ser punido. Além de ser preso, sofrer preconceito pelos atos cometidos também é uma forma de punição. Haidt sugere que agressão, justiça, comunidade,