Natura
No final do século XV, as vésperas da chegada dos europeus, o continente americano possuía entre 80 milhões a 100 milhões de habitantes. Desse total, cerca de 30 milhões estariam na América do Sul. Na área do atual território brasileiro, havia uma população de 3 milhões a 5 milhões de habitantes, segundo as estimativas mais aceitas, divididos em cerca de 1,5 mil grupos tribais étnicos e culturalmente distintos. Existiam 40 grandes famílias linguísticas, com duas ou três dezenas de línguas cada uma, na sua maioria agrupada em três principais troncos. O tupi-guarani era o mais importante entre as populações de beira-mar, o macro-jê predominava nos cerrados e o aruak dominava na Amazônia. Dessas populações nativas originais, restavam, no inicio dos anos 90, aproximadamente 350 mil índios, de 215 etnias e 170 línguas, segundo a FUNAI. Conforme podemos pesquisar e entender através do endereço eletrônico[1] em 08 de agosto de 2009 calcula-se que na atualidade exista cerca de 400 mil índios e cerca de 200 etnias indígenas além de 180 línguas.
Ao chegar ao litoral brasileiro, os portugueses encontraram povos nativos que não eram apenas caçador-coletores, mas também praticantes de uma agricultura diversificada, em que plantavam mandioca, milho, feijão, abóbora, batata-doce, amendoim, ainda que com técnica baseada na queimada e no plantio manual. Criavam alguns pequenos animais, não conheciam cavalos, porcos ou vacas, completavam o abastecimento de alimentos com a pesca e a caça, no ambiente próximo as aldeias. As relações entre as tribos são definidas por regras e tradições sociais e políticas, como as celebrações religiosas, o enterro dos mortos, o casamento, as alianças, as guerras e as migrações.
Os colonizadores registraram sua visão inicial dos povos dessa nova terra em numerosos textos, pinturas, gravuras e desenhos. Apesar de refletir o olhar do europeu, com muitas