Em conclusão, hoje se entrevê a exigência de passar da teoria gnosiológica da experiência para uma teoria metodológica. Para a teoria gnosiológica, a experiência, como forma, elemento ou categoria em si, é formada por elementos próprios, característicos e irredutíveis, aos quais, portanto, deve ser reduzido, direta ou indiretamente, todo enunciado empírico. Uma teoria desse gênero tem como pressuposto uma classificação preliminar e rígida das formas de conhecimento e também, portanto, das formas de atividade humana (teoria-prática;lógica/linguagem/razão-experiência; enunciados empíricos-unidades empíricas elementares; lógica centro-experiência periferia). Uma teoria metodológica da experiência deveria, ao contrário, prescindir de qualquer classificação preliminar e, em todo caso, de qualquer rigidez classificatória das atividades humanas em seu conjunto. Suas análises deveriam ser aplicadas aos procedimentos efetivos deverificação e averiguação de que o homem dispõe, seja como organismo, seja como cientista. A análise desses procedimentos deveria determinar as condições e os limites de validade de cada um. Só desse modo, o exame dos componentes lógico-linguísticos nunca se separaria do exame dos componentes factuais, segundo a exigência de Quine. A própria distinção entre tais componentes deveria ser supérflua em qualquer nível. Infelizmente, embora a psicologia contemporânea esteja bem à frente na análise dos procedimentos deverificação e confirmação de que o homem dispõe como organismo (pense-se sobretudo nas contribuições que a psicologia funcional temdado à análise da percepção), a metodologia científica, ou seja, o exame dos procedimentos de verificação e confirmação de que ohomem dispõe na ciência, ainda não passa de intenção. Está claro que, do ponto de vista de uma tal metodologia, a experiência seria somente o conjunto dos campos em que as técnicas de verificação ou averiguação de que o homem dispõe se revelassem eficazes.