Narrativa Portuguesa
Por
Pierre da Silva
Rodrigo Caeté Silva
(alunos regularmente matriculados no curso de Letras: Português-Literaturas)
DRE: 110094531
DRE: 110094507
Trabalho apresentado à professora Luci Ruas Pereira, na disciplina Narrativa Portuguesa I.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Outubro de 2013
1 – D. Quixote e Sancho Pança – dois princípios contraditórios cuja alternância determina o “Progresso” e constitui “a crônica do passado, a história do presente, o programa do futuro”. Comente, a partir de dois exemplos da narrativa garretiana.
D. Quixote e Sancho Pança são identificados como dois princípios contraditórios, como uma antítese representativa do espiritualismo e do materialismo de que o escritor Almeida Garrett se utiliza para explicar a situação cultural, política e social de Portugal no seu romance As Viagens na Minha Terra, que conta sua factual viagem de Lisboa a Santarém. O autor exprime, através desse percurso, alguns aspectos do materialismo e do liberalismo, corporificando os personagens de forma que as tornam semelhantes à nação portuguesa. Ao fazer menção do valor simbólico da obra, Garrett faz referência a esses dois personagens a fim de caracterizar, por meio do que eles simbolicamente significam, a marcha do progresso social representada na viagem.
De forma bem espontânea, o autor registra comentários sobre os lugares por onde passa, criticando o atraso tecnológico de Portugal, as más condições das estradas, a forma com a qual os homens públicos governam, utilizando-se de ironias.
As passagens abaixo servem como um excelente exemplo no que tange à referência a D. Quixote e Sancho Pança e os dois princípios existentes no mundo: o materialismo e o espiritualismo:
“Houve aqui há anos um profundo e cavo filósofo de Além-Reno, que escreveu uma obra sobre a marcha da civilização, do intelecto – o que diríamos, para nos entenderem todos melhor, o Progresso. Descobriu ele que há dois, princípios no