Narrativa histórica escolar em ambientes virtuais
Fábio Dias Nascimento1
Este artigo é elaborada a partir da minha pesquisa de dissertação de mestrado, entitulada Currículo de História na Web: uma abordagem discursiva de propostas da Educopádia para o ensino de história, que analisa a narrativa histórica escolar em ambientes virtuais de aprendizagem. Levanto aqui uma questão pontual trabalhada na pesquisa em questão que é utilizada como norte para as propostas realizadas: como o hipertexto afeta a narrativa histórica escolar? Que desdobramentos essa forma de escrita trás para a história ensinada?
Para avançar nestas questões, aposto na potencialidade do círculo hermenêutico ricoeuriano para a análise de narrativas históricas escolares em plataformas hipertextuais. A teoria ricoeuriana é elaborada com o foco em produções textuais; logo, utilizá-la como chave de leitura para escritas hipertextuais constitui uma adaptação e uma proposta.
A construção da problemática deste trabalho remete a questões mais amplas, referentes a temáticas como tecnologia digitais, currículo, conhecimento, ensino de história. Em função das limitações deste artigo, contudo, não me abordarei tais questões diretamente, mas as tangenciarei a partir da questão central deste texto. Primeiramente apresentarei a definição de hipertexto que utilizo, apontando inovações desta modalidade de escrita em relação ao texto. No segundo momento, apresento brevemente o círculo hermenêutico ricoeuriano para, por fim, argumentar sua potencialidade para a interpretação do processo de ensino/aprendizagem a partir de hipertextos.
Definição de hipertexto
O termo hipertexto é aqui fixado para definir uma escrita não-sequencial na qual o texto se ramifica e oferece ao leitor possibilidades de caminhos de leitura. Trabalho com esse conceito para interpretar a escrita em ambientes digitais, nos quais o texto não se limita necessariament ao corpo textual, podendo se