Narrativa - Grupo de Gestão em Serviços de Saúde
NARRATIVA 1 – 03/09/2010
Ana, uma senhora de 80 anos, viúva há 30 anos, mãe de quatro filhos (3 solteiros e 1 casada), sem restrições físicas e sem atividade social. Segundo relato de um dos filhos, a mãe não saia de casa desde a morte de seu marido. Refere que a D. Ana sempre fora uma pessoa introvertida, de personalidade forte e decidida, de pouca conversa e poucos amigos, porém que houve uma piora significante após o falecimento de seu marido.
Seu relacionamento com os filhos, segundo o terceiro filho, sempre fora (mesmo com pai vivo) de pouco afeto. O filho refere que não se lembrava da última vez que haviam realmente conversado e se divertido.
Enfim, certa tarde em sua casa, D. Ana sofreu uma queda da própria altura.
Dois de seus filhos que estavam em casa, a socorreram e a colocaram sentada no sofá. Embora ela mesma referia muita dor na perna, recusou receber qualquer tipo de atendimento médico. Seus filhos respeitaram a sua decisão, pois ela dizia que a dor logo passaria....
Seu terceiro filho chegou então em casa cinco horas após o acidente, e encontrou sua mãe sentada no sofá, com expressão de muita dor, e com a perna edemaciada. Vendo tal situação, chamou o resgate mesmo contra a vontade da D. Ana (que segundo ele, gritava loucamente que não iria sair de casa!).
O resgate chegou, e encaminhou a D. Ana para atendimento em uma unidade de urgência. Foi atendida, diagnosticada com fratura de fêmur, e encaminhada para cirurgia de urgência.
Duas horas após o diagnóstico, enquanto todos os exames pré-operatórios eram providenciados, D. Ana evoluiu para óbito.
Seus filhos ao receberem a notícia, e se sentiram culpados por não terem encaminhado a D. Ana imediatamente após o acidente para atendimento médico......o que gerou muita discussão entre eles.
Sendo assim, questiono:
Será que os filhos agiram de forma adequada, respeitando a vontade da D. Ana?
Será que a D. Ana evoluiria para óbito