Narradores de Javé
O papel desempenhado pelo historiador é de reconstruir e buscar sentidos no passado, colocando-se como sujeito dentro desse processo. É preciso então, estudar o passado para compreender o presente e prever o futuro.
O filme desenvolve seu enredo a partir da narração de histórias e memórias, tendo como alicerce as pluralidades orais das personagens. Construído através de memórias, o passado não é algo estático, cada vez que retornamos a ele, atribuímos sentidos e visões diferentes a um determinado fato e através de nossas experiências pessoais, construímos a ideia do presente que estamos vivenciando.
Citações:
‘‘Em um processo como este, Narradores de Javé (…) abre outra possibilidade de reflexão, com o enfrentamento de questões relacionadas à história e à memória.’’
‘‘Citando Alessandro Portelli, na sua análise sobre as funções do tempo na história oral, afirmamos que “contar uma história é tomar as armas contra a ameaça do tempo”, preservando o narrador do esquecimento. Para esse autor, Enquanto os historiadores estão interessados em reconstruir o passado, os narradores estão interessados em projetar uma imagem.’’
‘‘O que “a história de Javé” nos mostra é um campo de disputas, de tensões vividas, não só pela construção da hidrelétrica, mas pela permanência de memórias, entre as muitas histórias que significam o lugar. Nelas, a relação entre o presente vivido (os conflitos gerados pela construção da represa), o passado lembrado (a disputa pela grande história) e o futuro (a possibilidade de um amanhã diferente) transforma a história no espaço onde as contradições do social emergem como possibilidade de mudanças.’’
‘‘Na explicação de Khoury, as