Nap liderança
Há dois anos trabalhava como Analista Financeira em um banco quando recebi a noticia que ele seria vendido. Concretizada a incorporação, o dinheiro da operação serviu para criar uma agência de fomento, onde a grande maioria dos novos funcionários seriam oriundos do banco antigo.
Minha superior na época foi chamada para integrar o quadro dos empregados e me chamou para trabalhar com ela. Aceitei o cargo, me tornando Gerente de Riscos e ela Superintendente de Riscos e Compliance. Com 24 anos havia assumido uma posição de gestão, sem experiências na área, mas com uma vontade imensa de aprender e superar mais este desafio, sem contar o atrativo salarial.
Minha função era controlar o risco do mercado, analisar as operações de tesouraria, o risco operacional e o de crédito. Tudo era muito novo, complexo e sem estruturas suficientes para apresentar um bom resultado, afinal a empresa era uma "startup" e todas as análises estavam sujeitas à erros. Minha chefe no entanto não aceitava essa justificativa. Com pouco tempo de função, percebi que a convivência não seria fácil.
Quando aparecia algo novo e que não sabia fazer, pedia ajuda. Ela me ensinava uma única vez e assumia que já tinha aprendido, sendo, portanto, intolerável os meus erros posteriores. Por ela coordenar e me supervisionar, todo o meu trabalho era revisado e ocasionalmente inconsistências eram detectadas. Apesar de passado algum tempo, eu tinha mais dúvidas do que certezas nas minhas realizações e por mais que fosse conversar o feedback era nenhum. Ela deixava claro a sua superioridade e fazia uso deste poder, tornando-a inatingível. Certa vez tive que realizar uma apresentação sobre a área de risco do banco para os secretários e conselheiros e ao término minha chefe me chamou e disse que teria que melhorar a minha dicção. Fiquei sem entender e ao tentar saber mais sobre o motivo da crítica nunca conseguia encontrá-la em sua sala.
Os meses foram se passando, e nada