Nanotecnologia
O ser humano manifestou sempre vivo interesse pelas grandes descobertas científicas. Não poderia ser diferente, uma vez que muitos dos desenvolvimentos científicos acabaram por ter um grande impacto sobre as populações. A cada dia somos surpreendidos por um número admirável de novos acontecimentos que, não obstante o progresso gigantesco dos meios de comunicação, não há a menor possibilidade de acompanharmos a evolução das novas concepções e idéias, dada a profusão com que ocorrem e são veiculadas. Assim, uma visão histórica dos acontecimentos, identificação dos atores, avaliação das interconexões são tarefas das mais difíceis.
Neste cenário, falta-nos o distanciamento temporal, necessário e suficiente, que possibilita uma análise dos acontecimentos em maior profundidade. Muitas vezes, num primeiro momento, o que nos resta é descrevê-los e repertoriá-los para não “perdermos o passo”. Parece-nos ser bem esse o quadro em que se inserem as chamadas novas tecnologias e, dentre elas, a nanociência e a nanotecnologia.
Mesmo assim, vemo-nos frente ao desafio e confrontados com a necessidade de trabalharmos um grande número de dados e informações que, embora minimamente, venha permitir que chegue às pessoas uma compreensão sobre os paradigmas mais explícitos desta área do conhecimento, suas tendências, desafios e, certamente, seus impactos.
Poderíamos começar com uma pergunta: a nanotecnologia é um conhecimento totalmente novo, ou se trata de ideias que se constroem há muito tempo?
Uma resposta a essa questão aponta para o caráter sedimentar do conhecimento científico, para seu caráter cumulativo, já observado em várias outras situações. Certamente a nanotecnologia – embora não com este nome –, existia muito antes de fazer parte do atual e enorme espaço mediático. Há pelo menos 30 anos, vários grupos no mundo desenvolviam pesquisas na direção da miniaturização, sobretudo de sistemas eletrônicos, nanopartículas,