Nanopartículas
NANOPARTÍCULAS
Uma alternativa para a administração de biofármacos
Ilustrações cedidas pelas autoras
Palavras-chave: nanopartículas, biofármacos, liberação controlada. 1. BIOFÁRMACOS Durante os anos de 1980 o termo “biofármacos” tornou-se sinônimo de proteínas terapêuticas produzidas pela tecnologia de DNA recombinante, incluindo também os anticorpos monoclonais, obtidos pela tecnologia de hibridoma. Mais tarde, os medicamentos a base de ácidos nucléicos usados para a proposta de terapia gênica e tecnologia de antisenso, foram adicionados ao grupo (WALSH, 2002). No entanto, os produtos baseados em proteínas recombinantes podem ser considerados, atualmente, os principais representantes desse grupo. O desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante, na década de 1970, marcou o início da era da biotecnologia moderna. Alguns anos depois, em 1982, a insulina humana, desenvolvida pela empresa Genentech (EUA) chegou ao mercado, marcando de vez a aplicação industrial dessa tecnologia (BUCKEL, 1996). Desde então, centenas de centros de pesquisa e empresas no mundo inteiro têm se empenhado na pesquisa, no desenvolvimento e na produção dos biofármacos (DEMAIN, 2004). Nos Estados Unidos, dos novos medicamentos aprovados entre os anos de 2003 a 2006, 24% eram biofármacos. O resultado desses trabalhos é que há mais de 165 produtos aprovados em todo o mundo, com um mercado estimado, em 2004, em torno de 33 bilhões de dólares e projetado para cerca de 70 bilhões de dólares para o ano de 2010 (WALSH, 2006). Diferentes fatores contribuíram para que as proteínas recombinantes se tornassem substâncias de grande interesse das indústrias farmacêuticas. Primeiramente, destaca-se que a tecnologia de pro-
Roberta Márcia Marques dos Santos Doutora em Bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Serviço de Desenvolvimento Biotecnológico, Divisão de Desenvolvimento Farmacotécnico e Biotecnológico, Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, MG, Brasil.