Nanismo emocional
Criança interior
O único sistema que o ser humano conhece para adequar uma criança à realidade social é procurar fazê-la entender que só será beneficiada se for útil e agradável; do contrário, ela será rejeitada. Portanto, a criança recebe das pessoas uma lista infinda de regras ou normas de conduta e, sem cessar, fiscalizam-na e a colocam de castigo, amedrontam-na com olhares, agridem-na com palavras e até mesmo de modos mais violentos, exigindo implacavelmente sua obediência.
Uma vez que ela é “apenas” criança e por isso não pode agredir nem fugir de seus “ditadores”, aos poucos, sob o peso de tal adestramento, a criança passa a experimentar o medo "na carne" – pois O MEDO É A LEMBRANÇA DA DOR (FÍSICA) ACRESCIDA DA LEMBRANÇA DA IMPOTÊNCIA FRENTE AO PERIGO. Na medida em que ela adquire o medo, esse mal-estar se torna estímulo para ela fazer todas as coisas sempre, obviamente, com intuito de cativar aqueles que podem feri-la. ESSE TEMOR, PORTANTO, QUE ESTIMULA A CRIANÇA A PENSAR, FALAR E AGIR, SE INSTALA EM SUAS CÉLULAS E FICA PRESENTE EM SEU ORGANISMO ATÉ O FIM DE SEUS DIAS: ESTA É A REALIDADE DE TODO SER HUMANO.
Ao mesmo tempo, assim, em que o medo traz ao ser humano o “benefício de obrigá-lo a evoluir” intelectualmente, causa-lhe também o maior de todos os malefícios, pois o medo é a doença que atrofia seu componente emocional, IMPEDINDO QUE ELE TENHA EMOÇÕES DE ADULTO. Ou seja, ao mesmo tempo em que, por um lado, ele se torna adulto, capaz de trabalhar, constituir família e até de desvendar os segredos do universo, por outro, ele conserva emoções infantis. E são tantas as maneiras de os adultos manifestarem esse “nanismo emocional”, que seria impossível falar de todas, pois elas vão desde um leve sorriso e de um simples rancor, até as mais abomináveis formas de delinquência.
O “nanismo emocional” se evidencia em todos os nossos humores e, quanto mais exagerados forem estes, tanto mais severo ele será. Portanto, ele é severo nos sentimentos de