Nancy Fraser
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Nancy Fraser
New School for Social Research
Mapeando a imaginação feminista: da redistribuição ao reconhecimento e à representação* esumo:
Resumo Este artigo realiza uma reflexão sobre como reinventar o projeto feminista em um mundo que se globaliza, a partir de um balanço sobre as mudanças no feminismo no contexto das transformações no capitalismo pós-guerra e na geopolítica pós-comunista. O pós-11 de
Setembro significou uma mudança drástica nas energias feministas, deslocando a ponta-delança da luta de gênero dos Estados Unidos para espaços transnacionais, como a “Europa”. O que está por trás dessa mudança geográfica e quais são as suas implicações políticas para o futuro do projeto feminista são questões que a autora busca responder. alavras-chave: Palavras-chave feminismo contemporâneo; pós-11 de Setembro; redistribuição e reconhecimento. Copyright 2007 by Revista
Estudos Feministas.
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Publicado em Constellations,
Oxford: Blackwell Publishing Ltd.,
v. 12, n. 3, 2005. p. 295-307.
Traduzido e publicado com a autorização da autora.
Por muitos anos, feministas ao redor do mundo se voltaram para os Estados Unidos em busca das mais avançadas teorias e práticas. Contudo, atualmente o feminismo estadunidense se encontra em um impasse, entravado pelo clima político hostil pós-11 de Setembro.
Incertas de como buscar justiça em relação a gênero sob as condições atuais, estamos agora devolvendo o favor ao olharmos para as feministas de outros lugares buscando inspiração e orientação. Assim, hoje, a ponta de lança da luta de gênero transferiu-se dos Estados Unidos para espaços transnacionais, como a “Europa”, onde há maior margem para manobras. A conseqüência é uma mudança drástica na geografia das energias feministas.
O que está por trás dessa mudança geográfica? E quais são as suas implicações políticas para o futuro do projeto feminista? No que se segue, eu proponho um relato da trajetória histórica da