Nada
O conceito foi desenvolvido na área da antropologia. O antropólogo cubano Fernando Ortiz Fernández (1881-1969) é considerado como sendo o responsável por abraçar a noção no âmbito dos seus estudos sobre o contacto cultural entre grupos ou comunidades diferentes.
O significado do termo foi sofrendo alterações com o passar dos anos, principalmente no que diz respeito ao seu âmbito de aplicação. Inicialmente, a transculturação era entendida como um processo que se desenvolvia de forma gradual até dar lugar à aculturação (quando uma cultura se impõe a outra).
Ainda que a transculturação possa decorrer sem conflitos, é habitual o processo passar por algumas tensões, tendo em conta que a cultura receptora se sujeita à imposição de características às quais, até então, não estava acostumada.
Aos poucos, a transculturação passou a ser usada para descrever as alterações culturais que têm lugar ao longo do tempo. Neste sentido, a transculturação não implica necessariamente conflitos. Consiste antes num fenómeno de enriquecimento cultural.
A nível mais geral, pode-se dizer que a transculturação é a adaptação dos traços de uma cultura alheia como sendo próprios. A transição produz-se em diversas fases durante as quais, inevitavelmente, se perdem certos elementos da cultura original. Segundo alguns especialistas, o conflito tem lugar na primeira fase da transculturação, a partir do momento em que a cultura alheia se começa a impor sobre a originária.