Nada
Rodrigo Ismael Francisco Maia
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Resumo
No presente trabalho temos interesse de mostrar que alguns elementos de crítica às relações de trabalho e de sociabilidade estão presentes nas obras de Hegel, principalmente em seu escrito de
1821. Para isso, dois textos são essenciais: Princípios da Filosofia do Direito, de Hegel (1821), e
Manuscritos Econômico-Filosóficos, de Marx (1844). Esses elementos estão postos nesse trabalho no contexto da sociedade de classes, não significando que essa era a apreensão hegeliana, mas marxiana, sendo de cunho político e dialético; tanto a lógica dialética como a política se fazem presentes nos dois autores, de forma distinta entre si. Quer-se aqui dar prosseguimento às discussões sobre a obra de Hegel, fazendo as referências dos elementos pertinentes à uma análise em perspectiva crítica, assim como aqueles que limitam-se no período histórico de sua escrita. Serão vistos os momentos e movimentos das manifestações do trabalho alienado, as relações estranhadas da sociedade civil e as saídas e soluções aos problemas abordados por Hegel.
Palavras chave: Hegel, Marx, Trabalho, Sociedade Civil.
Filosofia de Hegel
A filosofia de Hegel se apresenta como um sistema racional, de difícil compreensão e polêmico: a crítica realizada por Marx em 1843 e 1844 destacou um caráter monarquista em Hegel, que buscava a conciliação do real com o racional, implicando que uma realidade contraditória havia sido concebida como momento suprassumido, porque o Estado já aparecia com o papel da realidade em ato que sabe e se reconhece, algo possivelmente já acabado e incorporado na figura do príncipe - embora isso fosse para Hegel a verdade se manifestando (no sentido da categoria de conceito, ou seja, nesse caso a realidade em conformidade com a mais desenvolvida racionalidade). Além disso, destaca-se o posicionamento de Hegel sobre o indivíduo: no prefácio do livro Princípios da
Filosofia do Direito,