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A inspiração veio das águas minerais naturalmente gasosas. No século IV a.C., o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, já recomendava banhos em fontes desse tipo, mas, ao que parece, nunca lhe ocorreu receitar o líquido para beber. A água carbonatada só começou a se tornar uma bebida popular por volta de 1500, quando o povoado belga de Spa ganhou fama por suas fontes naturais e passou a exportar garrafas de sua água para Londres e outras capitais. O sucesso foi tanto que, entre os séculos XVII e XVIII, vários químicos europeus passaram a fazer tentativas de recriar o produto artificialmente. O passo mais importante foi adotar uma bomba para ajudar a fixar o gás na água, descoberta creditada a estudos independentes do inglês Joseph Priestley e do francês Antoine Lavoisier, entre 1772 e 1773. Baseado nesse sistema, o farmacêutico Thomas Henry tornou-se o primeiro a produzir água carbonatada industrialmente, em 1782.
Algumas décadas depois, surgiu a idéia de acrescentar sabores ao produto: o gengibre teria sido o primeiro, em cerca de 1820, seguido do limão, na década de 1830. Esse processo ficou mais fácil com uma nova tecnologia, patenteada em 1819 nos Estados Unidos: a soda fountain (ou "fonte de soda", como passou a ser chamada a água gasosa), uma bomba instalada nos balcões das farmácias para o líquido ser gaseificado na hora, acrescentando diferentes sabores a gosto do freguês. Os primeiros refrigerantes da história continuavam, portanto, sendo comercializados como produtos medicinais - e foi também um farmacêutico, o americano John Pemberton, quem criou o mais famoso deles, a Coca-Cola, em 1886.
No início do século XX, as soda fountains começaram a migrar para lanchonetes e sorveterias - mas seus dias estavam contados com o surgimento de novas tecnologias que possibilitavam produzir garrafas de vidro em escala industrial e a tampinha em forma de coroa, que impedia o gás de escapar. Só assim as pessoas podiam, finalmente,