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A INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA EM A CIDADE ANTIGA
JENNY MAGNANI DE O. NOGUEIRA1
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. O culto e as antigas crenças. 3. A família antiga. 4. Conclusão. 5. Referências bibliográficas.
1.
INTRODUÇÃO
A pretensão do presente Capítulo está assentada na necessidade do estudo das velhas crenças das sociedades antigas e suas implicações, para o conhecimento de suas instituições, no que tange às regras e princípios que norteavam a sociedade e a família na
Antigüidade clássica.
Incidirá este estudo, preponderantemente, na análise dos costumes gregos e romanos, seguindo a orientação de Fustel de Coulanges em sua obra A cidade antiga.
Para o conhecimento da família naquele período, seguindo a linha de pensamento preconizada, irá se identificar as diferenças proeminentes entre esses povos e a civilização moderna decorrentes de fundamentação religiosa diversa.
O objetivo é demonstrar como a sociedade era conduzida quanto à família, constituição, hierarquia, principalmente sua importância e ascendência, verificando-se as razões de sua transformação e, mesmo, o decaimento de seu significado na condução da sociedade humana que lhe sucedeu.
A família romana e grega, por semelhança, traduzia o tipo de uma organização política cujo princípio básico era a autoridade, e esta abrangia todos quantos a ela estavam submetidos. O pater familias era, ao mesmo tempo, chefe político, sacerdote e juiz, constituindo-se, assim, a família como a unidade da sociedade antiga, em contraposição à posição do indivíduo na sociedade moderna.
Fustel de Coulanges baseia a sua análise no reconhecimento de que as instituições antigas eram conseqüência de suas crenças religiosas que as marcaram fortemente.
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Professora Universitária na Universidade do Vale do Itajaí (SC). Mestre em Direito pelo Curso de PósGraduação da UFSC.
Evidentemente, esses princípios decorrentes das concepções adotadas tomaram-se anacrônicos no decorrer da história.