Nada por enquanto
Todo esse esforço empresarial visa a mimetizar a incrível trajetória comercial de outra fruta exótica de aparência e gosto discutíveis – o kiwi, fruto de forma ovalada, gosto ácido, coberto de pêlos e de difícil conservação. Não fosse por uma estrondosa operação de marketing, é provável que o kiwi nunca tivesse saído da China e de Taiwan, países onde há setenta anos era usado como comida para porcos. Nos anos 80 do século passado, o kiwi foi reinventado numa campanha mundial de valorização financiada por produtores asiáticos e liderada pelo governo da Nova Zelândia. Chefs famosos nos Estados Unidos e na Europa receberam remessas regulares da fruta, cujo gosto "exótico" e propriedades terapêuticas eram trombeteados aos quatro ventos. A campanha teve enorme sucesso e o consumo de kiwi espalhou-se pelo mundo.
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|dólares por ano vendendo suco de açaí |
Ainda que o açaí siga o mesmo caminho do kiwi, existe uma enorme diferença entre as campanhas de marketing empregadas para reinventar as duas frutas. O kiwi foi catapultado por empresas e governos dos próprios países produtores. Já o açaí, tratado como produto alternativo no Brasil, ganha cada vez mais valor agregado graças ao talento de empresas