Nas Palavras de Ernest Gellner: “O nacionalismo é essencialmente, um princípio político que defende que a unidade nacional e a unidade política deve corresponder uma à outra”, (GELLNER, 1993). Tal disposição política e social se dá a partir de transformações sociais e econômicas específicas ligadas ao processo que se convencionou denominar de modernização. Na Europa esse fenômeno pode ser entendido como resultado das transformações provenientes das revoluções francesa e industrial. Eric Hobsbawn, em sua obra Nações e Nacionalismos, alguns pontos importantes para compreendermos a construção de tal fenômeno politico e social. Primeiro diz respeito ao caráter moderno do Estado territorial ao que está relacionado. Ocorre na intersecção entre política, tecnologia e transformação social. As nações apesar de serem construídas a partir do alto também devem ser analisadas de baixo, ou seja, em termos de esperanças, necessidades, aspirações, interesses de todas as pessoas. Pode-se dizer que o nacionalismo está claramente relacionado com acontecimentos histórico-sociais específicos. Primeiramente do ponto de vista econômico com as mudanças suscitadas pelo modelo econômico capitalista assim como o conhecemos em sua modernidade. Do ponto de vista social também se relaciona com o modelo capitalista e a configuração da sociedade moderna, alguns fatores como a desintegração das comunidades rurais, mobilidade social e a consequente ascensão das classes médias, trabalho intelectualizado, urbanização e industrialização se colocam como pano de fundo dos movimentos nacionalistas. O aspecto politico também é determinante na construção do nacionalismo. Eric Hobsbawn assinala no já citado Nações e Nacionalismos a relação entre revolução francesa e nacionalismo. Com a instauração da democracia e da noção de igualdade surge a noção de povo que deverá ser representado, sendo que os cidadãos deverão se organizar em sociedade a partir de satisfação de seus direitos