Na nota de rodapé “34, vol ll”, Martin Lutero faz críticas aos usurários, os classificando como ladrões sem escrúpulos, que retiram dinheiro de pessoas de forma imoral, capitalistas que se enriquecem e fazem uso de um dinheiro que não os pertence. O dinheiro que os enriquece foi conquistado através do acumulo indevido do dinheiro de trabalhadores que estão sendo injustiçados, ao trabalharem por um período maior do que o que os é pago. É o dinheiro do trabalho excedente que não chega nem perto das mãos do trabalhador. Lutero, já considerado um crítico, por ter se revoltado com a Igreja Católica e formulado novos conceitos criando uma nova Igreja, não poupa críticas aos usurários. Expõe que tal ato é cruel, pois o dinheiro que o usurário está usando, que foi “concebido” pelo trabalhador, deveria ser do trabalhador, que ao não recebê-lo está se privando de coisas necessárias, como alimentação. Logo, o dinheiro que torna o usurário rico é o mesmo que torna o trabalhador pobre e injustiçado pelo próprio trabalho que exerceu. Apesar das críticas de Lutero terem sido feitas entre os séculos XV e XVI, o que o mesmo crítica pode ser identificado em todos os períodos da história desde então. Assim como os conceitos que Marx coloca acerca do trabalhador e o trabalho na Inglaterra do século lXX, tais circunstâncias identificadas por Marx, também se perpetuaram ao passar dos anos. Os empresários e banqueiros do século XXI são os usurários da época em que os autores fizeram seus relatos. A forma de extrair o dinheiro dos trabalhadores continua a mesma e a exploração do mesmo também. Essa forma arbitrária de controlar o dinheiro está presente em todas as esferas em que o capital circula. Trabalhadores são prejudicados em todos os meios e nos faz refletir o quanto tais críticas se mostram sempre atuais, independente da época.