“Na mansão de La Mole”, Auebarch trata do Realismo moderno como aquele em que temas do cotidiano e pessoas da categorial social popular, como Julien Sorel ou Madame Vauquer, que antes não eram retradadas na arte, passam a ter significação nela, podendo o banal ser arte, e aquele em que o realismo inserido na história contemporânea. A arte relaciona-se com a realidade, com a sociedade e, assim, esse tipo de representação só foi possível a partir da grande mudança na sociedade que leva a massa popular ter consciência do seu poder, e Balzac e Sthendal foram os primeiros a captarem isso. Esses escritores captaram o mundo presente para falar dele. Em O vermelho e o negro, como vemos “Na mansão de La Mole”, Stendhal coloca o enredo dentro de um fato histórico real. O seu realismo parte de um desconforto pessoal, sendo ele um autor relacionado em um período revolucionário, mas que escreve em uma época que esse período já passou, não se encaixando no seu tempo, projetando, assim, para o futuro. Romances realistas de Stendhal, então, como fala Auebarch, aproximam-se muito mais do conceito antigo de trágico do que Balzac e Floubert. Auebarch cita Pai Gorriot de Balzac e mostra, a partir da descrição da pensão e depois aparecendo a dona, a relação pessoa e meio, mostrando a importância disso. Ele demoniza isso, demonizando, muitas vezes em suas obras, os processos sociais. Essa demonização não acontece em Floubert, o essencial do contemporâneo é muito mais pesado e vai acontecendo lentamente, e não está nas ações e paixões movimentadas. Auebarch também cita que a posição de Floubert em relação à realidade contemporânea difere da de Balzac e Sthendal, é como se sua obra quisesse penetrar na vida humana, sem ela ter uma excitação, com isso, tem-se uma atitude critica em relação ao seu tempo. Nele o cenário político, social e econômico parece estável, mas cheio de tensão. Como vimos, em Balzac e Sthendal, a vida do presente da França daquela época retratada, a