Músicas Era Vargas
SAMBA, TRABALHO E MALANDRAGEM
Ganha-se pouco, mas é divertido
(Wilson Batista – Cyro de Souza) 1941
Ele trabalha de segunda a sábado
Com muito gosto sem reclamar
Mas no domingo ele tira o macacão,
E manda no barracão, põe a família pra sambar
Lá no morro ele pinta o sete
Com ele ninguém se mete
Ali ninguém é fingido
Ganha-se pouco, mas é divertido
Ele nasceu sambista,
Tem a tal veia de artista,
Carteira de reservista
Está legal com o senhorio...
Não pode ouvir pandeiro, não
Fica cheio de dengo
É torcida do Flamengo
Nasceu no Rio de Janeiro
Olha o Padilha
(Ferreira Gomes - Bruno Gomes - Moreira da Silva)
Pra se topar uma encrenca basta andar distraído que ela um dia aparece
(breque) não adianta fazer prece
Eu vinha anteontem lá da gafieira com minha nega Cecília
(breque) quando gritaram: "Olha o Padilha!"
Antes que eu me desviasse um tira forte aborrecido me abotoou e disse: "Tu és o Nonô, hein?"
Mas eu me chamo Francisco trabalho como mouro, sou estivador
(breque) posso provar ao senhor.
Nisso o moço de óculos raibã me deu um pescoção,
(breque) bati com a cara no chão
E foi dizendo:
"Eu só queria saber quem disse que és trabalhador tu és salafra, achacador
Essa macaca ao teu lado é uma mina mais forte que o Banco do Brasil
(breque) eu manjo ao longe esse tiziu"
E jogou uma melancia pela minha calça adentro que engasgou no funil
(breque) eu bambeei, ele sorriu
Apanhou uma tesoura e o resultado dessa operação
(breque) é que a calça virou calção
Na chefatura um barbeiro sorridente estava à minha espera.
(breque) ele ordenou: "Raspa o cabelo desta fera!"
Não está direito, seu Padilha me deixar com o coco raspado
(breque) eu já apanhei um resfriado
Isso não é brincadeira pois meu apelido era Chico Cabeleira
(breque) não volto mais à gafieira, ele quer ver minha caveira.
Eu, hein? Se eu não me desvio a tempo ele me raspava