Música e Ruido
Creio que a música é o menos desagradável dos barulhos.
Samuel Johnson, séc.XVIII.
Nenhum som ou sussurro, nenhum gemido ou mesmo um arfar, existem na natureza como algo insignificante, como uma emissão insensível da natureza, sem qualquer significado. Em termos físicos, todo som comporta uma onda, seja ela uniforme ou variada. Som é movimento de ondas através de um meio propício (salvo o vácuo). Mas, o que seria o som? Há dois séculos a questão provocava discussões intermináveis nos salões intelectuais da Europa: “Se uma árvore cair numa floresta e não houver ninguém que a perceba, haverá som?”
Naturalmente, diziam os físicos, o som consiste em certos fenômenos físicos que se podem produzir quer esteja alguém por perto para ouvi-los ou não. O som é movimento organizado de moléculas que tem origem num corpo que vibra em algum meio.
De outro lado, a filosofia: Naturalmente não, o som é uma sensação, conhecida apenas pela mente do ouvinte – uma experiência sensorial que podemos relacionar com as nossas vidas materiais e emotivas.
Como pode ser observado, confunde-se nesse caso uma causa (que é a vibração física de algo material) com um efeito (que seria a sensação fisiológica num cérebro animal). O som consiste das duas: a física da produção e a biologia da audição.
A onda do som viaja mais depressa que uma onda de água, com muito mais lentidão do que uma onda de raio ou de luz. Sua velocidade no ar foi medida pela primeira vez por volta dos anos de 1640 pelo matemático francês Marin Mersenne que determinou o tempo em que levavam os ecos para voltar de uma distancia conhecida à fonte original de um som: 311,40m/s. Durante muito tempo a propagação do som foi estudada. Temperatura, meio e variações do vento, foram algumas das considerações em torno do som e de sua dinâmica. Num meio frio, as moléculas se movimentam lentamente, se o meio é aquecido, as moléculas se atropelam com maior rapidez. A natureza do meio tem efeitos