Móbiles
Definição
A origem latina do termo móbile remete à ideia de "móbil", "movimento". Nas artes visuais, a noção é empregada para nomear esculturas, em geral abstratas, compostas de materiais leves, suspensos no espaço por meio de fios. As peças, movimentadas pelo ar, se caracterizam pelo equilíbrio, leveza e harmonia. Em 1932, Marcel Duchamp (1887 - 1968) usa a palavra móbiles para fazer referência a algumas esculturas do norte-americano Alexander Calder (1898 - 1976). Os trabalhos são formados por placas planas de metal, algumas pintadas, equilibradas em fios de arame fino que as mantinham suspensas. Os móbiles movem-se ao sabor da aragem mais suave, produzindo efeitos mutáveis em função da luz. Formado em engenharia mecânica - o que explica o seu interesse precoce pela pesquisa dos materiais e pelas máquinas -, Calder, em seus primeiros trabalhos como pintor, se destaca pela habilidade em passar a ideia de movimento usando uma única linha. Em seguida, começa a construir esculturas de arame, a primeira delas um relógio solar com a forma de galo, datada de 1925. Dois anos depois, atua como projetista de brinquedos móveis para a Gould Manufacturing Company. Nos anos 1930, já conhecido por seus retratos e, sobretudo, por suas esculturas de arame, passa a integrar o grupo Abstraction-Création, no qual lança-se no abstracionismo.
As pesquisas abstratas de Calder se beneficiam da abstração geométrica de Piet Mondrian (1872 - 1944), cujo ateliê ele visita em 1930. A ambição de Calder é levar a construção abstrata para o espaço, o que o leva a definir seus trabalhos como "Mondrian móveis", embora a influência de Joán Miró sobre seus móbiles seja evidente. A nova plasticidade na pintura, sistematizada por Mondrian e Theo van Doesburg (1883 - 1931) - a recusa do espaço pictórico tridimensional, da linha curva, da modelagem, das texturas e da ideia de arte como representação -, tem impacto decisivo nas construções de Calder, na predileção de suas peças pelas