Mídia Radical

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John D. H. Downing divide a mídia radical em dois grandes modelos: o leninista e o de autogestão. O modelo leninista foi o mais difundido no século XX e, segundo o autor, servia apenas para propagar e transmitir os ideais de um partido dominante em um país. Essa forma de mídia radical foi criada sob a “repressão política czarista” e quem se opusesse a ela deveria trabalhar com muito cuidado e clandestinamente. Um grande artifício desse modelo foi Agitprop, muito conhecido de quem viveu na União Soviética ou na China, durante as experiências desses países com o comunismo:

“Um outro comentário sobre o modelo leninista diz respeito ao agitprop - abreviação para a combinação de táticas de informação de curto prazo para trazer ao conhecimento do público os abusos e problemas imediatos (agitação) e de estratégia de comunicação política de longo prazo (propaganda) destinadas a moldar corações e mentes numa direção compatível com o marxismo-leninismo. As pessoas que cresceram no âmbito da experiência comunista soviética ou chinesa tinham geralmente uma reação quase emética ao agitprop, como palavra e como prática.” (DOWNING, John)

Um dos grandes exemplos de oposição a governos autoritários foi o sul-africano Nelson Mandela, que ficou preso durante 29 anos de sua vida, e se tornou o maior ícone da luta contra o Apartheid no continente africano.
O outro modelo citado por Downing é o de autogestão, que consiste na tomada do comando da comunicação pelo próprio veículo midiático e não pelo Estado, pela Igreja ou por um partido político. Esse sistema não funciona quando a mídia de isola politicamente das mazelas vividas pela sociedade, portanto, o meio de comunicação deve ser uma “reposta constante às tendências” da população. O autor cita Bakunin para alertar sobre os perigos do modelo de autogestão.
A religião, historicamente, é um fator de grande influência nas mídias radicais em todo o mundo. Como teorizou Marx, a religião é “o ópio do povo”, mas também “o coração de

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