Métodos de pesquisa quantitativo e qualitativo e o método psicanalítico: algumas considerações
Antes de chegarmos às particularidades do método psicanalítico de pesquisa e outros métodos, é de suma importância o entendimento inicial do que é o conhecimento científico.
Para Fonseca (2002), o conhecimento científico é resultado da investigação científica por meio de seus métodos. É, por conseguinte, o resultado do aprimoramento do senso comum, por meio de procedimentos de verificação que tem por base a metodologia científica. Nesse sentido, o conhecimento científico é objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação. No entanto, é preciso estar claro que o conhecimento científico é sempre provisório, visto que pode ser continuamente testado, reformulado e enriquecido com novos conhecimentos.
Voltando um pouco na história, Tartuce (2006), pontua que o conhecimento científico surgiu com Galileu Galilei (1564-1642), e, segundo o autor, os gregos já no século VII a. C. já estudavam a diferença entre o conhecimento racional (científico) e o conhecimento mítico. O autor esclarece ainda que, neste contexto, o conhecimento surge a partir da determinação de um objeto específico de investigação e da explicitação de um método para conduzir essa investigação.
Minayo (2007) pontua que as áreas do conhecimento científico podem ser classificadas em duas grandes dimensões, as ciências puras (o desenvolvimento de teorias) e aplicas (a aplicação de teorias às necessidades humanas) ou as ciências naturais (o estudo do mundo natural) e sociais (o estudo do comportamento humano e sociedade).
Dentro dessas duas grandes dimensões, Tartuce (2006) destaca as particularidades que distinguem as Ciências Sociais das Ciências Naturais:
Os fenômenos humanos não ocorrem de forma semelhante à do mundo físico, impossibilitando a previsibilidade. A quantificação dos resultados é falha e limitada. Os pesquisadores têm crenças que podem prejudicar os resultados de sua pesquisa. O método