Método de Mohr
O método de Mohr consiste num processo de deteção do ponto de final numa volumetria de precipitação. Este método baseia-se na formação de um segundo precipitado.
Na deteção do ponto final utiliza-se como indicador um segundo precipitado, que inclua a partícula titulante. Esse precipitado deve obedecer às seguintes condições: a sua cor dever ser completamente diferente da do precipitado formado no decorrer da titulação, de modo a que a sua formação possa ser detetada visualmente, e deve começar a formar-se imediatamente a seguir à precipitação completa do ião a titular, sendo necessário, para isso, que a sua solubilidade seja ligeiramente superior à do precipitado formado na titulação.
O indicador (segundo precipitado) tem assim de ser devidamente escolhido, de modo que a sua precipitação não se dê antes de atingido o ponto de equivalência, nem muito depois dele.
No método de Mohr, este tipo de indicador é normalmente aplicado na titulação do ião cloreto (Cl-), com o ião prata (Ag+), sendo o indicador um precipitado vermelho de cromato de prata (Ag2CrO4).
Para que o ião cromato atue como indicador apropriado, não deve reagir com o ião prata antes da concentração deste ter atingido o seu valor de equilíbrio, isto é, o ião prata tem de precipitar completamente o ião cloreto, só depois se dá a formação do cromato de prata de cor vermelha. O aparecimento desta cor no titulado, muito diferente da cor branca do precipitado de cloreto de prata, indica o ponto final da titulação.
Este método é aplicável ao doseamento de cloretos e de brometos, mas não ao de iodetos, dado o facto de o iodeto de prata ser fortemente corado, dificultando a deteção do ponto de equivalência.
Devido a estes fatores competitivos, o método de Mohr é bastante limitado, não podendo ser aplicado em qualquer titulação de precipitação.
Dado que há outros processos de deteção do ponto final mais válidos, o método de Mohr não é utilizado atualmente com a mesma extensão que no