Médico,craque em dois campos

ESPAÇO ABERTO / FORUM
MÉDICO, CRAQUE EM DOIS CAMPOS
DOCTORS: ROCKING BOTH FIELDS
Antonio Marcos de Andrade *

Dá para imaginar um jogador de futebol cursando a rigorosa faculdade de medicina, junto com treinos, jogos e viagens? No mundo do futebol, não é comum um profissional da bola ter uma formação, uma faculdade e, ainda mais, algo que mereça tamanha dedicação como a medicina. Muitos atletas acabam desistindo de ampliar o conhecimento em outras áreas pelo pouco tempo disponível para o lazer. São tantos os dias em concentrações, que alguns momentos importantes não podem ser presenciados. Herbella, médico e jogador do Ferro Carril daArgentina diz que foi difícil, mas seguiu seu objetivo. “Difícil. Tive que deixar muitas coisas (festas, aniversários, viagens) porque não tinha tempo de fazer outra coisa que não fosse estudar ou jogar.” No Brasil não são poucos os casos de jogadores de futebol de projeção que se tornaram médicos. Em passado não muito remoto tivemos os exemplos de Nariz, Domingos, Afonsinho, Sócrates e incluímos entre esses o grande craqueTostão, campeão do mundo em 70, que somente se dedicou ao estudo de medicina após deixar prematuramente o futebol por problemas de saúde, como é sabido. Nariz e Domingos são exemplos especialmente marcantes de jogadores que abandonaram o futebol em plena forma, ainda atuando com brilho especial em seus times, e mesmo em seleções, e que poderiam, se quisessem, continuar por um bom tempo. No entanto, formaram-se e deixaram as quatro linhas, passando a dedicar-se à medicina, na qual, igualmente, foram muito bem sucedidos. Afonsinho e Sócrates pararam de jogar quandoviramquetinhamcompletado seus ciclos nos campos. Em um passado mais distante, na década de 30, um zagueiro, marcador duro e às vezes violento e que compôs a defesa do Botafogo, conhecida como “Esquadrão da Cavalaria”, Álvaro Lopes Cançado, o Nariz, nasceu em Campo Florido, na época distrito de Uberaba (MG), no dia 8 de dezembro de 1912. Jogou no Tupi de