Mário Cesariny
Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu a 9 de Agosto de 1923 em Lisboa.
Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e também a Académie de la Grande Cheumiére, em Paris onde contactou com o Surrealismo. Tornou-se assim o maior poeta português surrealista porque assumiu o surrealismo de forma mais plena: não como método ou escola, mas sim como algo permanente na arte e na vida.
Em 1947 participa, junto com Alexandre O'Neill e António Pedro no Grupo Surrealista de Lisboa. Algum tempo depois, por não concordar com a linha ideológica do grupo, afasta-se de maneira polémica e funda o "Grupo Surrealista Dissidente.”
Foi autor de uma poesia extraordinária, que manifesta afinidades com a de Álvaro de Campos, Mário de Sá-Carneiro, António Maria Lisboa e a dos surrealistas franceses Breton e Artaud. Os seus poemas, e a forma como os escreve, inspirou a maior parte dos poetas.
Em 1950 apresenta o seu livro com maior impacto no surrealismo chamado de “ Corpo Visível
A pintura e a poesia foram sempre aliadas em Cesariny: muitas obras incluem palavras recortadas, conjugações de textos e imagens, e outras formas experimentais.
Alcançou as duas maiores superioridades da sua carreira: o Grande Prémio Vida Literária APE/CGD e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, facultada pelo Presidente da República Jorge Sampaio.
Nos últimos anos, Cesariny quase desapareceu da vida pública. Deixou de escrever poesia. Os amigos e antigos companheiros da aventura surrealista foram morrendo; a Lisboa dos cafés, que era o habitat do seu quotidiano e da sua poesia (‘nunca escrevi um poema em casa’, diz o poeta também em Autografia), desapareceu.
Faleceu no ano de 2006.
Obras mais importantes
• Corpo Visível - 1950;
• Discurso sobre a Reabilitação do Real Quotidiano - 1952;
• Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos -1953;
• Manual de Prestidigitação -1956;
• Pena Capital-1957;
• Alguns Mitos Maiores e Alguns Mitos Menores Postos à Circulação pelo Autor