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O sociólogo francês Louis Wirth, de formação americana, membro da Escola de Chicago, instituição através da qual se pode conhecer os primeiros estudos dos centros urbanos combinando conceitos teóricos e pesquisa de campo em caráter etnográfico, aborda por intermédio de um artigo publicado em 1938 no “Jornal Americano de Sociologia” e traduzido no Brasil em 1987, no livro Fenômeno Urbano , o que se poderia assimilar como uma tentativa de demonstração do urbanismo numa perspectiva de organização social.
A concepção de cidade e campo como dois pólos para os quais os aglomerados humanos tendem a se dispor tem nos anos 90 um marco de crise de articulação de políticas públicas para o espaço rural, uma vez que parece muito clara a influência do urbano no que se refere, entre outros, a contato e comunicação.
Nesse sentido, constitui em arbitrariedade a aplicação da densidade populacional sem o atrelamento de características sociais expressivas, fazendo com que a metrópole seja a aspiração comum a todas as capitais, cuja via de obtenção de êxito remete a interesses políticos-administrativos. O próprio autor parece perceber essa arbitrariedade de se definir uma comunidade como sendo urbana fundamentada apenas no tamanho da população ou em sua densidade, quando propõe referências a características sociais significativas na conceituação do urbano, estabelecendo, assim, uma diferença entre a definição sociológica de cidade e seus limites administrativos ou legais captados pelo recenseamento urbano. Nas palavras do autor, sua definição de cidade
Embora não parecendo tão útil para compor o raciocínio geral a que se parece propor o artigo, Wirth inclui na concentração de cidade o sentido weberiano do capitalismo como instrumento de desenvolvimento e a visão marxista de mercado como extrato de reserva de mão-de-obra de burguesia. A mobilidade seria outro traço marcante do modo de vida urbano, manifestando-se no status flutuante do sujeito no meio