Mutismo Seletivo: Um Olhar psicopedagógico
OLIVEIRA, Cristiane de Lourdes Pereira¹
O Mutismo Seletivo (MS) é uma condição de ansiedade social, onde uma pessoa que é capaz de falar, é incapaz de se expressar verbalmente em determinadas situações, tendo causa obscura e, até o momento, parece ter origem multifatorial; acredita-se que a influência dos fatores ambientais e situações interpessoais acarretem o seu desenvolvimento.
Comparando o
diagnóstico da CID-10 com o do DSM IV, a característica essencial é o fracasso persistente em falar em situações sociais específicas, nas quais existe a expectativa para falar, por exemplo: na escola, apesar de falar em outras situações. O indivíduo com MS tem sua função de linguagem, desenvolvimento e potencial intactos, entretanto os utiliza eloquente e profusamente com quem confia, sendo somente a comunicação através da linguagem falada-expressiva inibida pela ansiedade situacional. Este relato envolve uma garota de 9 anos, do 3º ano do Ensino Fundamental/I de uma escola particular, de João PessoaPb. Diagnosticada como portadora do Mutismo Seletivo, apresentado aos 4 anos de idade e confirmado aos 8 anos, falava apenas com alguns membros da sua família, não falando com ninguém na escola. O objetivo foi ressaltar a importância de um acompanhamento psicopedagógico que estimulasse o comportamento social e as habilidades lingüísticas, tornando-a capaz de construir o próprio conhecimento, respeitando o seu ritmo e tempo nas ações planejadas para
sua
aprendizagem.
A
importância
de
um
olhar
psicopedagógico nos fez (re) pensar a prática pedagógica na perspectiva da inclusão sócio-educativa da mesma, buscando apoio da família, elaborando metas e ações do fazer psicopedagógico, planejamento de estratégias pedagógicas com objetivos definidos, brincadeiras semi-dirigidas; acordos sobre uma forma de comunicação considerando sua dificuldade na linguagem oral; realização de dinâmicas