Musicoterapia e saúde mental
Elieth Nick((
Não faz sentido abordar questões de nosso interesse nesta V Jornada Científica de Musicoterapia tais como Musicoterapia em Saúde Mental entre outras, sem a compreensão do contexto em que se encontram inseridas, ou seja, na base dos novos paradigmas da ciência. O significado de uma palavra ou de uma locução, completa-se quando em função de determinado meio social, por exemplo. Este meio social, entretanto, é desprovido de representação absoluta. Isto, se nos remete a inúmeros modelos de organização social, na medida em que viajamos pelo mundo, quiçá, pelo tempo.
A atual sociedade contemporânea, onde nos encontramos inseridos, parece ser, talvez por uma questão etnocêntrica, a ideal, a correta. Neste ponto, inovações tecnológicas e avanços trazidos pelo desenvolvimento científico estão presentes. Contudo, estudiosos apontam na sociedade contemporânea, uma gama de contradições, principalmente no que estas se referem a rupturas com antigos padrões de convívio humano.
Por milhares de anos o ser humano habituou-se a um certo tipo de convívio, com as atividades sociais voltadas para o clã, para o grupo social mais próximo e para a família. A proximidade geográfica, física, os sentidos do tato, olfato, visão, paladar e audição, eram sempre exigidos na dinâmica da vida. Nos últimos quatrocentos anos, contudo, algumas mudanças foram se apresentando.
O desenvolvimento científico e tecnológico corroeu antigas estruturas, reduzindo a importância dos sentidos físicos nas relações humanas, por um lado, e por outro, atacando o antigo dogmatismo cristão. A ciência demonstrava que as revelações divinas eram passíveis de inúmeras controvérsias à luz das novas descobertas, o que se levou a relativizar a verdade.
À medida que as interpretações perdiam força como as únicas tradutoras das relações mundanas, o patamar do senso comum ameaçava desabar, visto que igualmente a ciência podia ser questionada em sua metodologia e