Musicas na Ditadura
Músicas
Nos 50 anos do Golpe Militar, as músicas que marcaram época.
O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil uma rigorosa censura, aplicada por meio dos Atos Intitucionais (AL’s) criados para aumentar a repressão do Estado sobre a população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao governo imposto no país. Obviamente, com a música não foi diferente.
Letras complexas, cheias de metáforas e significados ocultos muitas vezes passaram despercebidos pela censura e se tornaram verdadeiros hinos e gritos de liberdade de cidadãos oprimidos e sem voz ativa. Vale ressaltar que nem todas as músicas tinham o intuito de criticar diretamente a ditadura, e sim manifestar com forte teor político e social, o momento histórico pelo qual o Brasil passava.
Caminhando (Para não dizer que falei de flores) é uma música de Geraldo Vandré, lançado em 1968. Por meio dela, Vandré chamava o público à revolta contra o regime ditatorial fazendo provocações ao exército: Há soldados armados / Amados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição: De morrer pela pátria / E viver sem razão
Chico Buarque foi grande destaque em compor músicas nesse período. A música Cálice (1973) faz referência à Oração de Jesus Cristo dirigida a Deus no Jardim Getsmâne: “Pai, afasta de mim esse cálice”, explorando o duplo sentido da palavra ‘cálice’ e ‘cala-se’ para criticar o regime da época. Podemos destacar também “Apesar de você” (1970), lançada em pleno governo do General Médici. A letra faz uma clara alusão a este ditador. Entretanto, Chico para driblar a censura, afirmou que a música contava a história de uma briga de casal, cuja esposa era muito autoritária. O disco foi gravado, mas assim que os oficiais do exército perceberam a real intenção do artista, a música foi proibida de tocar nas rádios: Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros. Juro! / Todo esse amor