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Os gregos ampliaram-lhe, entretanto, as funções. O mito de Hermes furtando o rebanho de Apolo o fez também o símbolo de tudo quanto implica em astúcia, ardil e trapaça. É um trickster, um trapaceiro, um velhaco, companheiro, amigo e protetor dos comerciantes e dos ladrões. Na tragédia Reso, erroneamente atribuída a Eurípides, é chamado "Senhor dos que realizam seus negócios durante a noite".
Escritores e poetas também lhe atribuíram prerrogativas mais dignas, como mensageiro dos deuses e dispensador de bens. Protetor dos viajantes, é o deus das estradas. Guardião dos caminhos, cada transeunte lançava uma pedra em seu monte, formando um hérmaion para agradecê-lo ou conseguir bons lucros.Hérmaion tinha também o significado de "lucro inesperado, descoberta feliz", pois toda boa oportunidade era uma dádiva de Hermes.
Hermes não se perdia à noite, era porque, dominando as trevas, conhecia perfeitamente o roteiro. Com sua velocidade e o domínio dos três níveis - céu, terra e subterrâneo - tornou-se o mensageiro predileto dos deuses, sobretudo do pai Zeus e do casal ctônico, Hades e Perséfone e o intérprete de sua vontade:hermeneus, em grego, é "intérprete" e dessa palavra vem "hermenêutica", a técnica da interpretação de textos (originalmente, dos textos sagrados). Conhecedor dos caminhos e de suas encruzilhadas, não se perdendo nas trevas, tornou-se também deus psicopompo, quer dizer, condutor de almas da