Musica renascentista
De fato, a Renascença musical constituiu-se em uma arte que os próprios compositores, cantores e instrumentistas sabiam estar aberta a experimentações e inovações. A possibilidade de aventuras sonoras teve sua correspondência mais próxima com as descobertas do Novo Mundo e a física de Galileu e Newton. Por outro lado, o que teve em comum com seu tempo foi justamente o refinamento da sensibilidade, o ideal de perfeição e grandeza, a ampliação de públicos educados e a incorporação de um espírito humanista e cosmopolita.
A música polifônica, que já evoluíra com os mestres de Flandres, ganhou suas mais requintadas e complexas estruturas na Renascença do século XV. A missa e o moteto, gêneros predominantes do período, executados à capela, permitiram que se explorasse a multiplicação de vozes independentes e, com ela, um maior domínio sobre o chamado “estilo imitativo” (contraponto). Ao domínio do estilo imitativo esteve ligada a contínua melhoria do sistema de notação musical. Paralelamente ao já citado experimentalismo e busca de inovação, a música já não era mais expressão de sentimentalismo (o júbilo, por exemplo), e sim do racionalismo.
Assim como na arquitetura se inovou usando as já conhecidas ordens greco-romanas de maneira nova, mas baseado em regras e princípios racionais de proporção, harmonia, ritmo, etc…; a manipulação das notas musicais que comporiam as obras polifônicas seguiriam essas mesmas regras e princípios. Foram estabelecidos oito princípios gerais, que são:
Parâmetros sonoros especificamente musicais: define os sons individuais, com parâmetros de traços distintivos, como altura, intensidade, duração e timbre.
Repertório de sons musicais: define o som musical como um som com de altura e duração fixa, o que o difere do ruído.
As entidades musicais: define com entidades relevantes as associações sonoras, como as associações melódicas e rítmicas.
O espaço mélico (ou melódico): define as relações de dependência e