Musica Dodecafônica
Na música dodecafónica o que prevalece é a ordem e não as funções dos tons, visto que se quer que eles estejam todos presentes. Por isso, numa música em que os tons andam a "passear" e a vagabundear, atribuir pulsações regulares ou métricas regulares vai obrigar a que o nosso ouvido comece a considerar uns tons diferentes dos outros. Imaginemos que pomos uma música dodecafónica em tempo de valsa. Claro que o ouvido vai enfatizar o primeiro tempo de cada compasso, entendido como o baixo e o forte. Claro que vai tentar atribuir uma "lógica" à nota que ouvir e vai hierarquizá-la como sendo "importante", afinal é ela que está na acentuação forte, numa pulsação regular.
Isto, numa música onde se quer que todos os tons sejam iguais, vai constituir uma incoerência. Porque uns tons vão começar a parecer mais importantes que os outros. E depois, devido à estrutura dodecafónica, como efectivamente não vão estabelecer relações hierárquicas entre si, o ouvido vai ficar confuso.
Assim, é de salientar a importância da métrica irregular na música dodecafónica e a sua justificação: tal como procuramos esbater a todo o custo as relações tonais, também se devem esbater as relações rítmicas que confiram regularidade e acentuação. Só assim se trará coerência. Desta forma, começa a fazer sentido o intensivo uso de quiálteras, mudanças de compasso frequentes, subdivisões diferentes. Para manter a individualidade - pensamento celular ao invés de pensamento funcional entre as