Museus comunitários no rio de janeiro
Seção 2 – Museus, educação, memória e sociedade.
Felipe Evangelista Andrade Silva, Técnico em Assuntos Culturais – Antropologia. Coordenação de Museologia Social e Educação.
1) Introdução. A presente pesquisa parte do trabalho desenvolvido no âmbito da Coordenação de Museologia Social e Educação (COMUSE), Departamento de Processos Museais (DPMUS). Aqui, nossa intenção é apresentar algumas experiências de memória social desenvolvidas na área metropolitana do Rio de Janeiro. Os casos concretos discutidos ao longo do texto trarão elementos para evidenciar questões de ordem mais geral, traçando um panorama das lutas, dificuldades e dilemas com os quais teremos que nos confrontar no atual horizonte de expansão da museologia social no Brasil. Trataremos de casos bem diferentes uns dos outros, mas há pontos em comum. Em primeiro lugar, trata-se de auto-representação, ou seja, de espaços conquistados e geridos por pessoas vindas de dentro das comunidades. Em alguns casos, o apoio do IBRAM é significativo, mas também há espaços que se estruturam com total independência do órgão, e apenas sabem de nossa existência. Em todo caso, o desejo de empoderamento das respectivas comunidades pode ser tomado como o norte político. Assim, trabalharemos com iniciativas comprometidas com o potencial transformador da memória, partindo da premissa de que lembrar e esquecer não são atividades passivas e automáticas, mas escolhas plenas de conseqüências (ainda que tais escolhas não sejam feitas sempre de forma consciente). Manter lembranças vivas é um ato político, bem como apagá-las. Por muitas e muitas vezes, privilégios de classe se expressam na memória coletiva, nas atribuições de méritos e deméritos, na forma como pensamos que nosso mundo foi construído. Nesse sentido, o registro e a divulgação de memórias de grupos social e economicamente subalternos é uma tentativa de corrigir distorções, de reduzir a desigualdade