Museu Brasileiro da Escultura
INTRODUÇÃO
O MuBE ocupa uma área de 7.000 metros quadrados no Jardim Europa, bairro nobre da capital paulista, e é um grande marco arquitetônico brutalista em meio ao casario do bairro. Obra assinada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, com paisagismo de Roberto Burle Marx, foi inaugurado em 1995, após oito anos. Uma grande viga perpendicular à via principal e um vão livre de 60 metros tornam o museu referência inconfundível na paisagem do bairro.
CONCEITO ESTRUTURAL
A idéia fundamental do arquiteto exposta ao engenheiro era colocar “uma pedra no céu”. Para viabilizar o desejo do arquiteto foram traçadas algumas premissas que determinaram sua concepção estrutural. A estrutura precisaria ter uma seção transversal de estrutura alveolar e materiais 2 a 4 vezes mais resistentes do que os comumente utilizados; assim, aço e concretos mais resistentes foram inclusos. A marquise possui uma estrutura alveolar, com paredes delgadas, e é, aparentemente, rígida e pesada, mas seu interior celular permite a viabilidade de seus apoios e vão.
O prédio foi erguido em concreto aparente, com áreas expositivas abrigadas abaixo do nível da rua, tornando o silêncio parte do ambiente interno. O projeto tem a característica da forma espacial e de grandes vãos. A maior barreira a ser vencida era a escala, o grande vão de 60 metros, e para isso, foram necessários três requisitos: maior leveza e resistência da estrutura e evitar a deformação da peça.
A deformabilidade da estrutura foi considerada inicialmente uma problemática no projeto, pois torná-la leve e resistente não significaria que ela seria indeformável. Para suprir esta necessidade, foi considerada a técnica da protensão, que traria maior resistência na sustentação do vão e garantiria o controle de sua deformação. O museu foi pensado com uma protensão inicial de curvatura negativa, uma vez que a estrutura tem uma deformação lenta (fluência) e, então, tanto o aço quanto o concreto tendem a ceder.