Mundo helenístico
Relações culturais e identitárias entre gregos e barbaroi.
O exemplo da Judeia e a revolta dos Macabeus.
O processo de helenização das regiões conquistadas por Alexandre foi levado adiante pelas dinastias que a ele sucederam através do estabelecimento de cidades gregas tanto em terras não urbanizadas quanto em locais onde existiam antigos assentamentos. Novas cidades foram fundadas mesmo em lugares onde havia grandes concentrações urbanas. Este foi o caso da cidade faraônica de Mênfis, no Egito, que foi rebatizada com o nome de Alexandria e passou a ser a capital do reino ptolomeu, e também o caso da nova capital do reino selêucida, Selêucia do Tigre, que ultrapassou em vulto a antiga capital mesopotâmica, a Babilônia. Como se pode ver, as cidades recebiam nomes em homenagem à dinastia governante. A população destes centros urbanos era majoritariamente grega em função da política real de incentivo à imigração de colonos de cidades da Magna Grécia para as novas áreas. Neste sentido, sua cultura também era fortemente grega: além dos símbolos arquitetônicos da cultura helênica (o teatro, por exemplo), a língua falada era agora o grego koiné, a chamada língua comum: um apanhado geral dos diferentes dialetos do grego clássico (dórico, jônico, etc.) que constituía uma forma mais simplificada gramaticalmente do grego falado na Ásia Menor no período clássico. Além disso, as instituições políticas tinham por modelo as práticas gregas tradicionais. Uma das instituições-chave no processo de helenização das cidades foi o ginásio, que exerceu uma função educacional: os cidadãos lá se exercitavam e recebiam o aprendizado intelectual. Concomitante ao “transporte” das instituições, legislação, língua e práticas sociais gregas, houve por parte dos reinos helenísticos a criação de um contexto no qual a única forma de adentrar o novo sistema de poder era a adoção da cultura grega. Tratava-se de uma política de valorização do status do