Encerrou-se em 11 de agosto, a Conferência iniciada no dia 8, que contou com a participação de mais de mil delegados eleitos num processo que envolveu mais de 230 conferências municipais estaduais e regionais.Sem dúvida o processo de conferência é um exito e marca o ineditismo do Brasil no debate do trabalho na perspectiva apontada pela Organização Internacional do Trabalho desde 1999: o trabalho decente. Esta consigna implica no estabelecimento de metas e planos nos diversos países para avançar nas condições de trabalho sob a perspectiva da geração do emprego, do enfrentamento das piores formas de trabalho - inclusive o trabalho infantil e forçoso, de garantir liberdade de organização e segurança no trabalho, mais oportunidades para jovens, acesso às pessoas com deficiência, igualdade de gênero e raça, promoção do trabalho doméstico, equilíbrio entre trabalho e as responsabilidades familiares. Cada país ou região constrói a sua agenda a partir das suas necessidades e prioridades.A experiência baiana, de construir uma Agenda Estadual participativa e pela primeira vez, em nível subnacional, tem servido de referência para a própria OIT no estímulo ao surgimento de experiencia similares pela América Latina e pelo mundo.O foco não é apenas a melhoria das condições de trabalho para aqueles que já estão empregados e, principalmente, como é o caso do Brasil, os que tem carteira assinada. Para este grupo há vasta legislação, considerável nível de organização, assim como mecanismos negociais já estabelecidos. Trata-se de voltar os olhos sobretudo para os trabalhadores informais, sem proteção social, sem direitos trabalhistas assegurados, para o trabalho infantil e escravo. Trata-se de compreender, por exemplo, que as anotações de acidentes de trabalho estão subestimadas pois referem-se principalmente aos formalizados, e que a política para o setor resulta incompleta. No Brasil, pouco mais da metade dos trabalhadores assalariados tem carteira assinada. Embora o país tenha