MUNANGA, Kabengele. Diversidade, identidade, etnicidade e cidadania.
MUNANGA, Kabengele. Diversidade, identidade, etnicidade e cidadania.
Por: JOSIANE DA SILVA RAMOS No referido texto o autor começa fazendo um apanhado histórico sobre a formação da subjetividade negra e para isso apresenta a construção da identidade negra como um processo histórico/ideológico iniciado, sobretudo, com o “descobrimento” do Continente Africano no século XV pelos navegantes portugueses. As relações mercantilistas geradas a partir deste contato entre brancos e negros mudariam toda a história dos povos, afinal foi em sua decorrência que houve o tráfico negreiro, a escravidão e todas as chagas geradas pela colonização e pela diáspora dos povos de origem africana.
É neste sentido que Munanga ressalta como se formou, e tem se formado, a identidade negra no Brasil. Destaca também, como a cor da pele ainda é um fator relevante nas relações racistas e preconceituosas em nosso país e como as próprias vítimas do preconceito racial foram internalizando, ao longo de muitos anos, a sua inferioridade em consequência de uma representação negativa e coisificada por parte das elites “brancas” brasileiras.
Por se tratar de um tema complexo, o autor acredita que mesmo tendo se debruçado por anos sobre a questão da negritude e publicado diversos livros e artigos sobre a temática, a sensação que o mesmo tem é de que está sempre começando uma trajetória inesgotável e polêmica sobre o assunto.
É importante destacar que o conceito de Negritude, segundo Munanga, se deu, sobretudo, no contexto colonial, e por isso o autor salienta também que ao tratar desse conceito estamos tentando firmar, resgatar e restituir o orgulho de se ter origens africanas, além de estar valorizando a cultura e a identidade peculiar daqueles povos.
Outro ponto relevante tratado no texto é sobre a mestiçagem na formação do povo brasileiro e de como esta dificultou ainda mais a construção de uma identidade negra no Brasil a que o autor optou por chamar de