Multiculturalismo
Nos últimos 20 anos, tem- se intensificado no panorama pedagógico brasileiro o foco na formação docente. Apesar do avanço teórico e das propostas inovadoras implementadas, as configurações básicas do sistema de formação de professores não se tem alterado significativamente. Frustrando os que esperam de uma formação de docentes renovada as indispensáveis contribuições para uma escola de qualidade. Em um cenário que tem predominado mais a estabilidade do que a mudança, é relevante que diferentes olhares se voltem para o preparo de professores. Desses olhares, não podem estar ausentes os que usualmente privilegiam a análise de questões curriculares. É proposto neste estudo, ampliar a discussão, remetendo uma das preocupações contemporâneas dos estudiosos de currículo - o multiculturalismo - à formação docente. Alertando para as dificuldades teóricas e práticas encontradas em recentes análises propostas formuladas nessa direção. O argumento central é que o professor comprometido política e academicamente pode beneficiar- se da preocupação com a diversidade cultural. A cultura é entendida como um campo no qual se travam lutas em torno do processo de significação do mundo social, a cultura e uma pratica produtiva, um espaço constituidor, que dispõe de relativo grau de autonomia em relação a esfera econômica. Segundo MacLaren (1995), podem-se distinguir várias modalidades de posições multiculturais: o multiculturalismo conservador, o multiculturalismo liberal e liberal de esquerda, e o multiculturalismo crítico ou de resistência. O multiculturalismo conservador pretende a construção de uma cultura comum, unitária e nacional, entendendo a diversidade cultural, rácica ou sexual como devendo ser assimilada à cultura tradicional, geralmente definida por padrões patriarcais, brancos, euro-americanos. Tal como este, o multiculturalismo liberal visa políticas de