mulheres kaiowá-guarani
Nívia Maria Trindade dos Santos¹; Levi Marques Pereira²
1. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Acadêmica de Ciências Sociais. E-mail: niviatrindade01@gmail.com
2. Orientador Pós-Doutor em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas. Docente na Graduação em Ciências Sociais e no Mestrado em Antropologia da UFGD. E-mail: levipereira@ibest.com.br
RESUMO: Neste artigo, procuro compreender algumas transformações nos papéis sociais atribuídos à mulher nas famílias kaiowá e guarani contemporâneas de Mato Grosso do Sul. Realizei trabalho de campo com acadêmicas do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFGD trançando um paralelo com os papéis femininos considerados como tradicionais, veiculados nas entrevistas ou nas leituras de textos etnográficos, com os papéis por elas descritos. O objetivo é entender como essas transformações geradas pelo contato com o entorno e pela a entrada das mulheres no mercado de trabalho realocam signos de poder, prestígio e status social, rearticulando as relações de gênero no interior das famílias e, consequentemente, nas comunidades.
Palavras chave: 1) Antropologia Indígena; 2) Gênero e geração; 3) Diferença geracional.
INTRODUÇÃO
Inicio o presente artigo com uma breve caracterização etnográfica dos Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul, com destaque para as relações de gênero e as transformações ocorridas na paisagem natural e na configuração das comunidades a partir do estabelecimento e consolidação da presença das frentes de expansão econômicas. Em seguida, apresento as condições de realização da pesquisa de campo, os dados que consegui levantar e as discussões e análises que foram possíveis de realizar para a finalização do presente artigo.
Breve caracterização etnográfica
Em termos lingüísticos, os Guarani e os Kaiowá são classificados como falantes de língua guarani. A